NEVALDO ROCHA


       
Nevaldo Rocha



O Rio Grande do Norte perdeu seu primeiro e único filho que chegou à condição de bilionário. Trata-se do empresário Nevaldo Rocha, fundador do Grupo Guararapes. Nascido em Caraúbas, em julho de 1928, mas criado em Mossoró.
Nevaldo Rocha era filho de um topógrafo e migrou para Natal ainda na adolescência, durante a II Guerra Mundial, onde construiu uma das mais belas trajetórias do mundo corporativo brasileiro. No  início, vendeu bugigangas e trabalhou numa camisaria. De Natal, Nevaldo foi para Recife, onde deu grande impulso na área de confecção e atualmente
o Grupo Guararapes se constitui de fábricas de confecção, mais de trezentas Lojas Riachuelo - onde são comercializados toda a produção de vestiário e acessórios; Shopping Midway, em Natal, Teatro Riachuelo, em Natal e Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, dentre outras empresas.
Quando já estava com os negócios consolidados, Nevaldo retornou à Mossoró para se casar com a prima, Eliete Gurgel Rocha, de quem era viúvo e com quem teve três filhos: Flávio, Élvio e Liasiane.
Nevaldo Rocha é descendente do empresário Delmiro Alves da Rocha Maia, seu avô materno, natural de Catolé do Rocha, na Paraíba, e parente de Jerônimo Rosado, também natural da Paraíba, de quem recebeu apoio quando migrou para Mossoró e ocupou espaço devido sua capacidade empreendedora, tornando-se um empresário bem sucedido. Ainda hoje, no centro comercial da cidade está em pé, o Edifício Rocha, que ocupa um quarteira, em frente a Praça da Independência. Apesar da situação financeira, criou os filhos sem ostentação. A tia Elisa, irmã de sua mãe, era casada com o banqueiro Sebastião Gurgel, fundador da Casa Bancária S. Gurgel, também em Mossoró. Elisa e Tião eram avós de Eliete. Nevaldo certamente buscou empreender baseado no histórico familiar, teve a ousadia de sair da mesmice e construir a sua história.
O coração de Nevaldo Rocha parou na noite de quarta-feira, dia 17 de junho. Logo após o jantar, passou mal, foi medicado e deitou-se e deixou saudades. Estava em  seu apartamento, em Natal, desde o início da quarentena. Para quem trabalhava diariamente desde jovem,
a decretação da pandemia quebrou sua rotina de estar entre seus colaboradores. No dia seguinte, o filho Flávio Rocha, radicado na capital paulista, veio na aeronave do grupo pegar o corpo do pai e levou para ser sepultado no Cemitério do Morumbi, onde jaz Eliete.
Nevaldo Rocha não concluiu os estudos porque tão logo chegou em Natal, autodidata, começou a trabalhar e fez de tudo um pouco, mas se identificou na área de vendas. Comercializou relógios, bugigangas e, descobriu um filão vendendo camisas.  
Em julho, completaria noventa e dois anos de idade.  



Nevaldo à direita, com colaboradores 


Na China, Nevaldo Rocha com o diretor da Guararapes, Nilton Monte. 

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