A PARTIDA DE UMA MÃE
Foto de Paulo Eduardo Inalda Cabral Rocha Q uem disse que perder a mãe dói, falta com a verdade, pois é uma dor sobre-humana, imensurável. Mas, infelizmente, chega a hora delas e, com a minha, não foi diferente. Deus me deu a oportunidade de estar com ela em seus últimos momentos com vida aqui na terra. Naquele dia, ela não leu, não abriu nenhum livro e não pegou no jornal, pela primeira vez, respirou com a ajuda de um cilindro de oxigênio, que há muito fazia parte da decoração do quarto. Havia bronquiaspirado na noite anterior, porque tinha dificuldade de deglutir, comum a idosos. Se é difícil perder pessoas próximas, então, perder alguém tão próximo, como a mãe, somente Deus para consolar. Quem diria que eu estaria cuidando dela... Passava um pouco das 21 horas e todas as luzes já apagadas para dormir. Em nove minutos, deixou de respirar e o coração parou.