SKINHEADS E APAGÃO
Uma das pichações dos skinheados |
Em setembro de 1992, um grupo de skinheads* invadiu numa madrugada fria, o CTN - Centro de Tradições
Nordestinas, em São Paulo, para pichar frases agressivas dirigidas à comunidade
nordestina. Anexo ao CTN funciona a Rádio Atual, que mantinha programação voltada
para os nordestinos. O local foi escolhido pelos skinheads como símbolo, para que o recado tivesse a repercussão
desejada.
Bem, depois de checar aquele absurdo, em meio a repórteres,
fotógrafos e cinegrafistas, com um misto de revolta e tristeza, fiz questão de
posar para uma foto ao lado de uma das pichações. Eu estava muuuito chateada. Para
não dizer outra coisa.
O que os skinheads
fizeram era inacreditável e estarrecedor.
O CTN havia sido inaugurado no ano anterior, na gestão de Luiza
Erundina, à frente da Prefeitura de São Paulo. Trata-se de um ambiente de
acesso gratuito, que reúne mais de dez mil pessoas nos finais de semana, que
para ali buscam divertimento, através da boa música e gastronomia nordestina, em
dezenas de restaurantes, em volta do espaço
de dança e do palco, onde se apresentam bandas e grupos de forró. Impressionava
o fato de ter acontecido em São Paulo, especialmente por se tratar de uma
cidade tão acolhedora, de migrantes e imigrantes de todos os lugares do mundo. Talvez
o preconceito seja com o nordestino de classe social mais baixa e sem curso
superior. Aquele que forma a mão de obra que constrói a maior cidade do país. A
pichação foi fruto da insensatez de um grupo de racistas e neonazistas que
atuam com maior intensidade em São Paulo. Agora, vinte anos depois, um apagão
nas regiões Norte e Nordeste, provoca nova onda de preconceito, através do deboche
de algumas pessoas sem noção nas redes sociais. Isso também é violência, que
preocupa porque agora prospera na internet. Confundem com liberdade de
expressão. São casos isolados que merecem a atenção das famílias e autoridades
públicas do país.
Mas, se você não é nordestino, nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, nem debocha de ninguém, leia isso:
Mas, se você não é nordestino, nunca sofreu nenhum tipo de preconceito, nem debocha de ninguém, leia isso:
Intertexto
Bertold Brecht
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
* O movimento skinhead se originou na Inglaterra dos anos 60 como ato de rebeldia, com práticas sociais xenófobas contra negros, mestiços, nordestinos, punks, homossexuais e outras minorias.
Bertold Brecht
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.
* O movimento skinhead se originou na Inglaterra dos anos 60 como ato de rebeldia, com práticas sociais xenófobas contra negros, mestiços, nordestinos, punks, homossexuais e outras minorias.
Nordestino na Inglaterra???
ResponderExcluirna verdade oi e sharp perseguiam pakis buchas os reds amam hierarquia do mc so foi os oi dizer que os negros tinham comportamento dos pakis pra baixo que os sharp se assumiram reds e disseram ah com queridinhos mores do pc ja nao pode idem jews dai racharam enquanto era bucha paki os nordestinos mexicanos asiaticos buchas latinos gays ninguem ligou os reds sharps ainda andavam com os oi nojo desses reds ou seja de vcs
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