AUTOBIOGRAFIA DE UM MÉDICO POLIVALENTE

                                          

Capa do livro do médico Valderi Claudino
                     

     Hoje, dia 20 de agosto, é aniversário de uma pessoa especial.
     E, pessoas especiais, merecem registro. Então, aproveito a data para registrar meu agradecimento a uma pessoa que conheci no verão de 1984, durante férias no Paraná, o médico Valderi Claudino. 
       Nascido em Luís Gomes, Rio Grande do Norte, em 1931 e que, portanto, está fazendo hoje, noventa anos de idade, radicado há alguns anos na capital paraibana.
      Valderi Claudino é uma pessoa especial porque conseguiu um feito raro, escrever sua biografia, sendo de outra área completamente diferente, pois é graduado em Medicina.
      Trabalho com biografias há mais de vinte anos e, sempre admiro pessoas que ousam escrever suas biografias ou da família. Por isso sou fã de biografias escritas por leigos. No caso de Valderi Claudino, que após sua aposentadoria, há exatos sete anos, em 2014, lançou Autobiografia de Um Médico Polivalente, com pouco mais de trezentas páginas, em papel couchê, fotos coloridas, que contou com o trabalho de pesquisa, edição de texto e editoração eletrônica do editor, Evandro da Nóbrega, e impresso na Halley S.A. Gráfica e Editora, em Teresinha, Piaui.
      Mas o doutor Valderi Claudino se fez um ser especial desde quando naquele torrão nordestino, decidiu ler e estudar bastante para ser ‘alguém na vida’.
      Sua autobiografia saiu com prefácio do jornalista e escritor paraibano, Gonzaga Rodrigues, ex-presidente da Academia Paraibana de Letras, a quem Valderi Claudino sempre ficou na primeira fila das suas lembranças. Foram  colegas nos tempos de Casa do Estudante, em João Pessoa: “Naquele ambiente, Valderi era notado, destacado e nunca esquecido, da parte dos que com ele conviveram, pela sobriedade como se comportava num meio de extrovertidos”, registrou. 
       A apresentação do livro foi feita pelo jornalista José Antônio de Albuquerque, um potiguar com atuação em Cajazeiras, que encimou a apresentação com o título Valderi Claudino: A Saga de Um Gigante. Ele considera esta autobiografia um documento eterno. “Em cada página, os pedaços de uma vida que se entrelaçam com outras vidas, que se interligam com momentos de efusivas alegrias, com caminhada de sofrimentos e com grandiosas lutas, sempre com finais vitoriosos”, disse, finalizando que Valderi Claudino é um homem incomum.
        Não sei exatamente quando Valderi Claudino começou a escrever o livro e sobre os bastidores, sobre a ideia inicial e o tempo que dedicou a desenvolvê-lo, mas quando o livro foi publicado, no final de 2014, o mesmo contava com setenta e três anos de idade. Pode ter sido motivado no encontro que promoveu em decorrência dos setenta anos de idade, em 2001, quando reuniu familiares e amigos para comemorar, exatamente, há vinte anos.
       Após o prefácio e a apresentação, o livro traz um depoimento de cada um dos cinco filhos do autobiografado, pela ordem cronológica: Valderi Claudino Filho, Claudini, Danuza, Iuná e Larisa. O único filho lembra o gosto do pai pelo campo e pelas atividades rurais, que por sinal, herdou do pai. Claudini lembra o pai cristão, em viagens que faziam, com o pai pedindo à esposa, Francinalda, que puxasse o terço para rezar durante o percurso. Danuza lembra os momentos em que o pai exigia silêncio quando Luiz Gonzaga aparecia cantando na televisão o quanto ele se preocupava com o que os filhos vestiam, além de comentar o hábito de leitura e o quanto ele estimulava os outros a lerem. Iuná, que herdou o nome de uma tia paterna, lembra o pai carinhoso que nunca precisou dar um tapa nos filhos e o quanto é bom atender uma ligação dele e ouvir: “Diga, minha querida”.
        A caçula, Larisa, dá algumas pistas sobre os bastidores do livro, quando o pai comentava o desejo de escrevê-lo e passou a rabiscar as primeiras páginas num caderno grande. Também contou que em vários momentos ele pensou em desistir, mas que, ao mesmo tempo, sentia ser esse livro algo que tinha que fazer realmente.
        Ainda bem que não desistiu porque uma biografia faz quem tem algo para contar, quem tem história, quem viveu uma história de superação, quem passou por situações em que tirou lições, o que podemos chamar de experiências. Dizem que uma pessoa sábia lê biografias e tira das experiências dos outros, valiosos ensinamentos para atingir sonhos e metas.
        Uma autobiografia para ser publicada, pode ser divertida ou ter significação política, pode ter algum propósito que coincida com o interesse do leitor. E, ultimamente, biografia é um gênero que vem ganhando um vasto público, especialmente, na formação de novos leitores, as biografias vêm conquistando o público, que busca a biografia de seu artista preferido, do político que admira, do empreendedor que se deu bem na vida, então, vamos ao livro do doutor Valderi Claudinho:
        O primeiro capítulo traz foto da casa onde nasceu, um solar antigo, onde ele explica sobre sua terra natal, dá detalhes sobre sua localização, sobre o surgimento e a história da cidade, com foto do Mercado Público de Luís Gomes. Em outra foto, aos sete anos de idade com mais oito irmãos. Apresenta seus pais, em texto e foto, o agropecuarista e dono de mercearia, João Claudino Sobrinho, o Joca, e Francisca Claudino Galiza, filha de um comerciante de tecidos, que transferiu sua loja para Cajazeiras, no vizinho estado da Paraíba e convidou o genro, pai de Valderi, para acompanhá-lo, passando os dois a trabalharem juntos no mesmo ramo de negócios, para onde Joca Claudino levou a família, o autor à época, com seis anos de idade.
      Ao todo, o casal Joca e Francisca, teve dezesseis filhos, sendo Valderi, o quinto filho. Ele descreve sua infância simples, com  brinquedos simples, confeccionados em casa: carrinhos toscos, de madeira, bolas improvisadas, baladeiras de matar passarinho, castanhas de caju para a invenção de novos jogos, papagaio de papel para soltar ao vento, além de desfrutarem da natureza ao redor, com grandes descampados, banhos na sangria de açude, entre outras proezas infantis que o autor recorda com imensa saudade.            






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