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Larissa Newton: uma carioca no País de Mossoró


        Prosseguindo com a série dos vencedores do Prêmio de Jornalismo Dorian Jorge Freire, a enfocada de hoje é vencedora na categoria televisão, Larissa Newton, carioca, filha de alemão com ucraniana.
       Larissa fazia cursinho para o vestibular de Desenho Industrial, quando conheceu um primo canadense, então correspondente da AP, Associated Press, que acabara de ser transferido para o Rio de Janeiro e achou o maior barato a vida do primo, que cobriu conflitos na Irlanda. Larissa não passou naquele vestibular e tentou Direito, pois resolvera fazer carreira no Itamarati. Falava alemão, francês, inglês e ucraniano. Aprovada, desistiu após o terceiro semestre, transferindo-se para o curso de Jornalismo, na Faculdade Estácio de Sá. Era época da repressão militar e foi se envolvendo com os movimentos, inclusive fazia charges para jornais.
        Como estagiária do ÚLTIMA HORA, cobriu polícia e, como escrevia bem, foi promovida para o caderno de comportamento. O primo gostou do Brasil e não aceitando outra transferência lançou o jornal Brasil Energia, hoje revista. Larissa foi trabalhar no jornal do primo e na assessoria de imprensa de eventos internacionais, como a Feira de Petróleo e Gás, onde permaneceu por quase dez anos.
         Casou-se e teve dois filhos: André e Lucas, hoje residentes no Rio. Por motivos pessoais Larissa muda para o interior de São Paulo, São José do Rio Preto, terra natal do então marido. Lá, atuou na afiliada da TV RECORD, como produtora, repórter e editora, ficando oito anos, período em que nasceu a filha Victoria.   
         Larissa resolveu dar um tempo na Europa com a filha e passou dois meses. Quando retornou, trabalhou numa produtora de vídeo, que produzia programas para uma TV empresarial.
         Filha do engenheiro mecânico, Edgard Newton e de Wira Newton. O casal se conheceu e se casou na Alemanha, em seguida fugindo da guerra, vieram para o Rio de Janeiro, onde além de Larissa, também tiveram outro filho, engenheiro mecânico, residente na Suíça.
       Sua ligação com Mossoró se deve ao fato de seu pai ter vindo, trazido pelo industrial Soutinho, para implantar a CBS – Companhia Brasileira de Sal. O casal ficou residindo na cidade, porém ele faleceu há dois anos. Dona Wira gostou de Mossoró e não quis retornar para o Rio, pelo contrário, deixou na TCM – TV Cabo Mossoró - a cópia de um dvd contendo o currículo da filha jornalista, à contragosto dela, que não queria deixar o interior de São Paulo.
       Em pouco tempo a TCM procurou Larissa e a contratou em março do ano passado. Para ganhar o prêmio, Larissa, que é desquitada e mora com mãe e  filha, leu toda literatura sobre a invasão a Mossoró pelo rei do cangaço, Lampião. Um bom começo para quem está chegando na terra da resistência.      

Jornal PÁGINA CERTA, junho de 2007.
                                

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