QUNZE ANOS DE CATADORA DE SONHOS




   
  


Capa de Catadora de Sonhos


Antes que abril termine, preciso comemorar os quinze anos da publicação do Catadora de Sonhos, meu primeiro livro solo e biográfico. Já havia escrito outros livros na condição de ghost write - escritor fantasma - na área de vendas e gestão de carreira. Lançado em abril de 2005, num sábado de Aleluia, durante a Semana Santa, Catadora de Sonhos é a biografia de Maria Eulina Reis Hilsenbeck, natural do Maranhão, que migrou para São Paulo nos anos 1970. Na maior metrópole do país, seus planos não deram certo e ele teve a infeliz experiência de morar nas ruas, trocando a noite pelo dia, dormindo embaixo de banco de praça, até encontrar um anjo que a trouxe de volta para a civilização.
Preciso dizer que Catadora de Sonhos é mais do que uma biografia, que por sinal, gerou um Globo Repórter, baseado no livro. Catadora de Sonhos ganhou registro no jornal Le Monde, na França, naquele mesmo ano.
  
Catadora de Sonhos gerou uma imensa satisfação para mim, não recompensa em dinheiro, pois nunca ganhei um real com ele, foi um compromisso que assumi com a biografada e a renda foi passada para sua ONG, Clube de Mães do Brasil. Banquei totalmente a edição do livro, com apenas 300 exemplares, porém, os frutos até hoje rendem porque através dele, o Clube de Mães do Brasil ganhou a reforma de sua sede, no cruzamento da Avenida São João com Rua Apa, na região central de São Paulo. Explico: Maria Eulina presenteou a então primeira-dama, Mônica Serra, que ao ler, enviou uma pessoa da sua equipe de segurança na ONG e, informada da realidade, do Castelinho, símbolo do glamour da cidade no início do Século XX, necessitava urgentemente de uma grande reforma. Logo, Mônica Serra encaminhou e, então, como num passe de mágica, numa manhã de chuva fina, em abril de 2017, numa cerimônia que contou com a presença de personalidades da política paulista - governador Geraldo Alckmin e prefeito da capital, João Dória - o Castelinho foi devolvido à população, agora dotado de uma cozinha industrial. Valor da reforma pago pelo Governo do Estado de São Paulo: dois milhões e oitocentos mil reais. À convite da biografada, Maria Eulina, fundadora e presidente do Clube de Mães do Brasil, participei da inauguração da reforma e, mais do que isso, juntamente com ela, fomos as anfitriãs do evento, explicando detalhes da reforma e da história do imóvel, especialmente para o prefeito, que não havia lido ainda o Catadora de Sonhos e sob os olhares atentos do governador Alckmin que havia recebido das mãos de Maria Eulina, à época do lançamento e, em alguns momentos, dava detalhes para João Dória.
Desde o lançamento de Catadora de Sonhos, recebo manifestações elogiosas, hoje mais pelas redes sociais, mas recebi mensagens por e-mail, que não caberiam neste artigo. Um elogio virou artigo publicado em blog de Natal, escrito por Élder Heronildes, de uma sensibilidade incrível.
Catadora de Sonhos foi publicado em parceria com a Fundação Vingt-un Rosado, do grande Vingt-un, intelectual, historiador, pesquisador e escritor, que nem aguardou a capa sair da gráfica, com o miolo do livro à mão, devorou-o de uma sentada só e disse-me que jamais lera um romance tão bem escrito. Sim, ele achava que a história de Maria Eulina era uma obra de ficção. Vingt-un teve o prazer de conhecê-la, pois a mesma esteve em Mossoró para palestrar no Seminário de Novas Liberdades, no Teatro Municipal e, na primeira fila com esposa e filhas, ouviu Eulina repetir toda sua trajetória de vida. Cito o saudoso Vingt-un, criador da Coleção Mossoroense, que editou mais de quatro mil títulos, porque se não fosse o Catadora de Sonhos, provavelmente, o Castelinho, ainda seria um imóvel mal assombrado numa das principais avenidas da capital paulista. Pois, repito, foi através do Catadora de Sonhos que, segundo Maria Eulina, Mônica Serra se sensibilizou com sua história e encaminhou para as pessoas certas, na gestão do governo de seu marido, José Serra, à frente do estado de São Paulo. A verba foi liberada e, finalmente, o Castelinho pôde ser reformado e voltou a ser cartão postal, embelezando as ruas da capital paulista, tal qual há exatos cem anos.   


Com Eulina e Dória, que exibe o Catadora de Sonhos


Com Eulina na entrada do Castelinho



         Um ano após o seu lançamento, em maio de 2006, o jornal francês, Le Monde, publicou reportagem sobre o mesmo. 





              


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